Em assembleia realizada nesta quinta (1), na sede do Sindicato dos bancários de Macaé e Região, bancários rejeitaram a proposta feita pela Fenaban de 6,5% mais abono de R$ 3.000,00 e decidem, por unanimidade, entrar em greve por tempo indeterminado a partir das 00h00 do dia 06/09, até que seja apresentada uma proposta decente que atenda aos anseios da categoria, que reivindica 14,78% de reajuste, combate as metas abusivas, fim do assédio moral, combate a terceirização, dentre outras propostas.
PLR
A Fenaban não aceitou fazer mudanças na formulação da Participação nos Lucros e Resultados, conforme reivindicação dos bancários, apenas concordou com a instalação de um Grupo de Trabalho bipartite para discutir o tema. Os bancos obtiveram grande crescimento nos últimos anos, mas a fórmula da distribuição dos lucros não acompanhou a mesma proporção.
O Bradesco, por exemplo, já chegou a distribuir 14% do lucro, em 1995, quando os bancários começaram a negociar a PLR na CCT. Hoje, em dia, distribui menos de 7%. No Itaú, o percentual de distribuição do lucro também já foi de 14%, e hoje está em menos de 6%. Isso ocorre, porque o lucro cresceu imensamente.
No primeiro semestre de 2016, o lucro dos cinco maiores bancos (Itaú, Bradesco, Banco do Brasil, Santander e Caixa) chegou a R$ 29,7 bilhões.
Agência Digital
A Fenaban não concordou em debater o tema na mesa de negociação e ainda afirmou que a discussão sobre jornada e condições de trabalho, nas agências digitais, deve ser feita por cada banco.
Licença-paternidade
A licença-paternidade de 20 dias foi sancionada pela presidenta Dilma Rousseff no início do ano, mas os bancos não aceitam antecipar a sua aplicação. Querem colocá-la em prática, só a partir de janeiro de 2017, conforme legislação.
Saúde
Houve entendimento dos bancos em mudar o nome da cláusula 44ª de “Programa de Reabilitação Profissional” para “Programa de Retorno ao Trabalho”, conforme reivindicação dos bancários. Os representantes dos trabalhadores argumentam que o processo de reabilitação só cabe ao estado e não às empresas. Por outro lado, os bancos não concordaram em extinguir a junta médica, composta por um médico do banco e outro do sindicato, que avalia os funcionários no retorno ao trabalho, após a licença-saúde e tem gerado divergências de laudos.
Vale- Cultura
Mais uma vez, a Fenaban afirmou que não estenderá o prazo do vale-cultura e que cumprirá apenas o que estipula a lei. O prazo do benefício expira em dezembro deste ano.
Auxílio-creche
O Comando Nacional voltou a argumentar que o valor atual do auxílio-creche, em poucos mais de trezentos reais, não cobre as despesas dos bancários no cuidado com os filhos. Mas, a Fenaban não se mostrou disposta em corrigir o valor para R$880, um salário mínimo, conforme reivindicação.
Segurança
Mais um não categórico dos bancos também foi a resposta para a extensão do atendimento médico e psicológico aos familiares dos bancários vítimas de sequestros e outros delitos, assim como o pagamento dos custos de remédios e das despesas de todos os tratamentos.
Mulheres
A igualdade de oportunidades é outro destaque na pauta de reivindicações. O Comando Nacional exige o fim das discriminações nos salários e na ascensão profissional de mulheres. Só que mais uma vez os bancos colocaram nas costas das mulheres o peso da falta de ascensão profissional e não concordaram em ampliar a discussão, jogando o tema para a mesa temática, que se reúne no decorrer do ano.
Festival de nãos
Não houve avanços, ainda, nas reivindicações sobre parcelamento do pagamento de férias, auxílio-educação e extensão do vale-refeição no período de licença-maternidade.