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Menos de uma semana após MP995, Caixa pede abertura de IPO da Caixa Seguridade

Publicado em Caixa Econômica Federal
Menos de uma semana após MP995, Caixa pede abertura de IPO da Caixa Seguridade
  • Caixa pede abertura de IPO da Caixa Seguridade
  • A Caixa também discute venda de participação em ações preferenciais do Banco Pan
  • Para movimento sindical, MP que autoriza banco a abrir capital de subsidiárias desrespeita dispositivo que determina que empresa-mãe não seja vendida sem aval do Congresso
  • Manifesto contra MP da privatização da Caixa recebe adesão de mais 80 entidades
  • Em consulta pública, MP da privatização da Caixa é rejeitada por 97% dos brasileiros

Menos de uma semana depois do governo editar, na calada da noite, a Medida Provisória (MP) 995 para permitir que a Caixa abra o capital das suas subsidiárias, a Caixa Seguridade protocolou na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), por meio da controladora Caixa, o pedido de retomada do registro da oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês) de distribuição secundária de ações, como mostra um comunicado enviado ao mercado nesta quarta-feira (12).

No último dia 16 de julho, a Caixa havia anunciado a retomada do processo de IPO, interrompido em março, devido à turbulência dos mercados causada pela pandemia do novo coronavírus. A operação estava estimada em R$ 15 bilhões. Os papéis serão negociados no Novo Mercado da B3 (B3SA3), que é o nível de governança corporativo mais elevado.

A Caixa Econômica Federal também está discutindo com bancos de investimento a venda de participação de aproximadamente 800 milhões de reais em ações preferenciais que possui no Banco Pan, de acordo com um documento enviado à Comissão de Valores Mobiliários. BTG Pactual, Itaú BBA, Credit Suisse e a própria Caixa devem ser os coordenadores da oferta.

Para Fabiana Uehara Proscholdt, coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE/ Caixa) e secretária da Cultura da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), os projetos de “privatização disfarçada” que Bolsonaro quer desenvolver são absolutamente irracionais, mesmo na lógica ultraliberal de Paulo Guedes. “A tentativa do governo é de realizar o desmembramento da Caixa, de maneira gradual e contínua, alienando o controle de suas subsidiárias até que seja possível dispor de todo o patrimônio estratégico da empresa sem qualquer participação do Poder Legislativo. O ato se configura em uma grave afronta à Constituição, além de não cumprir o requisito da urgência.”

A Contraf-CUT, ao lado da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), estuda a possibilidade de ingressar com ação direta de inconstitucionalidade (Adin) para tentar impedir a venda de subsidiárias do banco, incluindo a Caixa Seguridade.

O argumento é o de que a medida provisória 995/2020, que autoriza a Caixa a abrir o capital de suas subsidiárias, na verdade desrespeita dispositivo constitucional que determina que as empresas-mãe não sejam vendidas sem autorização do Congresso. Decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) confirma essa interpretação. “O governo quer vender todas as partes rentáveis da Caixa e abrir mão de fontes de recursos importantíssimas”, afirma o secretário de Finanças da Contaf-CUT e presidente da Fenae, Sérgio Takemoto.

Manifesto recebe apoio maciço

A mobilização contra a Medida Provisória 995/2020 ganhou novas adesões nas últimas 24 horas. Mais 80 entidades da sociedade civil organizada aderiram ao manifesto, lançado na última terça-feira (11), que denuncia a tentativa de privatização da Caixa Econômica Federal. Com isso, o documento já tem 225 apoios.

Mais de 97% rejeitam MP da privatização da Caixa

Até às 12h desta sexta-feira (14), cerca de 17 mil pessoas que se manifestaram sobre a privatização da Caixa Econômica Federal pelo portal e-Cidadania do Senado são contrárias à Medida Provisória 995/2020, que abre caminho para a privatização do banco público em desrespeito não só à Constituição e ao Congresso Nacional como também à decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). Destes, mais de 97% (16.466 votantes) se posicionaram contra a MP — uma das proposições mais votadas no portal.
 

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