Em uma assembleia geral extraordinária realizada virtualmente na noite de terça-feira, 23 de setembro, os empregados da Caixa Econômica Federal da base territorial de Macaé e Região tomaram uma decisão histórica: aprovaram por unanimidade um plano de ação firme e multifacetado para enfrentar a grave crise de atendimento médico-hospitalar do Saúde Caixa na região.
Pauta central: desassistência médica
A reunião, conduzida pelo presidente do Sindicato dos Bancários de Macaé e Região, Paulo Alves Júnior, teve como foco a ausência de rede credenciada do plano Saúde Caixa em Macaé. Segundo o sindicato, essa falha representa uma ameaça direta à saúde dos empregados e seus familiares, e é fruto de anos de negligência por parte da gestão do plano.
Dados alarmantes
Durante a assembleia, foi apresentada uma pesquisa realizada com os usuários do plano na região. Os números revelam um cenário crítico:
89% dos usuários estão altamente insatisfeitos com a rede credenciada.
90% sentem-se inseguros pela ausência de atendimento hospitalar.
79% já consideraram desistir do plano.
63% recorrem a atendimentos particulares e solicitam reembolso.
49% precisam viajar para outras cidades para obter atendimento.
Relatos emocionantes
Tentativas frustradas de credenciamento
Diversos participantes compartilharam relatos pessoais que evidenciam a gravidade da situação. Um dos casos mais emblemáticos foi o de um bancário que, após ser atendido na clínica conveniada Mater Dei, em Rio das Ostras, recebeu o diagnóstico de apendicite — uma condição que exige intervenção imediata. Apesar da urgência, ele foi obrigado a se deslocar por conta própria para outro município a fim de realizar a cirurgia, devido à ausência de estrutura hospitalar credenciada na região.
As negociações com operadoras como Unimed Costa do Sol e Rede D’Or não avançaram, seja por entraves burocráticos internos da Caixa ou por exigências financeiras consideradas inviáveis. Mesmo com a inauguração de uma moderna unidade da Rede D’Or em Macaé, ela permanece fora da rede credenciada.
Plano de ação aprovado
A assembleia deliberou as seguintes medidas:
Exigir reunião de alto nível com a gestão do Saúde Caixa.
Criar um rito emergencial para autorizações e reembolsos.
Explorar acordo de compartilhamento de rede com a Cassi.
Intensificar mobilizações, com possíveis atos nas agências.
Judicializar a questão, caso não haja avanços imediatos.
Sessão permanente e mobilização contínua
A assembleia foi declarada em “sessão permanente”, permitindo novas deliberações rápidas conforme os desdobramentos. O sindicato reforçou a importância da união e do engajamento da categoria para pressionar por soluções concretas.
A mobilização dos empregados da Caixa em Macaé marca um momento decisivo na luta por um atendimento digno e pelo respeito aos direitos fundamentais à saúde. O sindicato promete manter a categoria informada e atuante nos próximos passos dessa jornada.
Para ver a pesquisa realizada, clique aqui.