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Bancos privados cobram juros de até 718% ao ano no cartão de crédito

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Bancos privados cobram juros de  até 718% ao ano no cartão de crédito

Os encargos para quem deixa de pagar as faturas em dia ultrapassam os 700% ao ano, conforme dados do Banco Central. Quem não quita os débitos com os bancos na data prevista em contrato corre o risco de ver a dívida aumentar exponencialmente e passa a engrossar as estatísticas de calote do país.

Entre as 45 instituições financeiras que compõem o levantamento da autoridade monetária, o Banco Cetelem possui os maiores juros do crédito rotativo dos cartões para pessoa física: 718,68%. A reportagem procurou responsáveis pelo Cetelem, que não foram encontrados para justificar os encargos tão altos.

O Banco CSF, do Carrefour, é o segundo da lista e cobra dos consumidores 695,97% ao ano para quem não paga a fatura em dia. A instituição informou que não comenta o assunto.

O Itaú Unibanco é o terceiro da lista, com juros de crédito rotativo do cartão para pessoa física de 625,61%. O banco ainda é responsável por pelo menos outras quatro instituições - Luizacred, Hipercard, Itaú CBD e Itaucard - que fazem parte do levantamento do Banco Central, mas não se manifestou sobre o assunto até o fechamento desta edição.

O HSBC, sexto entre os que mais cobram encargos dos consumidores (565,42% ao ano), afirmou que os juros dependem das características de cada produto, sendo que a taxa mínima mensal varia de 4,9% a 15,99%.

O Bradesco, que tem pelo menos duas empresas listadas no levantamento do Banco Central, informou que procura sempre oferecer taxas competitivas em relação ao mercado. O banco ainda ressaltou, em nota, que a utilização do crédito rotativo é indicado para uso em situações emergenciais e os clientes têm à disposição outras opções de crédito, com taxas mais em conta.

Já o Santander justificou que para a avaliação de custos de cartões, é importante considerar os diferentes tipos de produtos, os benefícios totais oferecidos e as necessidades do cliente. O banco cobra 423,84% ao ano de taxa de juros de crédito rotativo de cartão, mas comentou que disponibiliza alternativas com taxas mais menores.

Para o educador financeiro Alvaro Modernell, os consumidores devem evitar o crédito rotativo dos cartões porque as taxas de juros cobradas são abusivas. Ele explicou que o cliente que recorre a essa modalidade de crédito pode ver a dívida crescer exponencialmente em pouco tempo.

"Quem está endividado tem um problema gravíssimo, mas quem usa ao rotativo acumula um prejuízo muito maior. O cidadão deve cancelar a conta ou o cartão quando o banco cobra taxas de juros de crédito rotativo abusivas", comentou.

Na avaliação da educadora financeira da DSOP Teresinha Rocha, o crédito rotativo do cartão é o vilão da inadimplência e potencializa as dívidas dos brasileiros.


Fonte: Contraf-CUT, Estado de Minas

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