A negociação sobre o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) do Saúde Caixa foi abruptamente interrompida após a Caixa Econômica Federal apresentar uma proposta considerada inaceitável pelos seus empregados. A proposta, que visa onerar drasticamente os trabalhadores, desencadeou fortes manifestações em todo o país nesta semana. Contudo, em cidades como Macaé (RJ), a crise vai além do impacto financeiro: a completa ausência de hospitais credenciados para atendimentos de emergência deixa os funcionários e seus dependentes em uma situação de extrema vulnerabilidade
Ainda em Macaé, no dia 23 de setembro, foi realizada uma assembleia onde foram tiradas algumas medidas a serem tomadas, de imediato o sindicado enviou um Ofício a Caixa solicitando uma reunião de alto nível, com a gestão do Saúde Caixa, e ainda estamos no aguardo da resposta ao ofício.
Uma Proposta que Desvaloriza o Empregado
Na segunda-feira (6), a direção da Caixa apresentou um plano de reestruturação do Saúde Caixa que representa um ataque direto ao bolso dos trabalhadores. Os principais pontos da proposta rechaçada são:
“Estamos abertos à negociação, mas não temos como apresentar uma proposta desta para nossos colegas. Vamos esperar uma nova proposta que valorize os trabalhadores”, afirmou Felipe Pacheco, coordenador da Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa.
A resposta foi imediata. Unidades da Caixa em todo o Brasil amanheceram com protestos, e as atividades na Matriz 2, em Brasília, foram paralisadas. O movimento exige reajuste zero e mais respeito.
“O banco precisa valorizar quem trabalha para que ele obtenha os bons resultados que vem tendo", declarou Rafael de Castro, diretor e representante da Contraf-CUT na mesa de negociações.
O Agravante de Macaé: Sem Socorro na Emergência
Enquanto a luta contra o aumento abusivo é nacional, a realidade em Macaé expõe uma falha ainda mais primária e perigosa do plano de saúde: a falta de assistência. Empregados na cidade não contam com um único hospital credenciado para atendimentos de urgência e emergência, um descaso que coloca vidas em risco.
Ao percorrer as agências da cidade para dialogar com os funcionários e distribuir o boletim Avante, o sindicato local reforçou que a pauta na região é dupla. Aqui, além de tudo isso, temos o problema gravíssimo da falta de credenciamento de hospitais, o que por si só, já é um absurdo inaceitável.
Essa situação obriga os bancários e seus familiares a, em momentos críticos de saúde, procurarem atendimento em outras cidades ou arcarem com os custos exorbitantes de hospitais particulares não conveniados, na esperança de um reembolso futuro que nem sempre cobre as despesas.
O Sindicato vem, desde a pandemia, cobrando insistentemente uma solução, mas a gestão do Saúde Caixa demonstra uma lentidão preocupante, que é percebida como um total desinteresse em resolver o problema dos bancários na região. A negligência transforma o plano de saúde, um direito essencial, em uma fonte de insegurança e angústia.
Até o momento, a Caixa Econômica Federal não apresentou uma resposta oficial ao documento, deixando as tratativas em suspenso. Os empregados da região seguem aguardando um posicionamento para dar seguimento às negociações e, finalmente, resolver a inaceitável situação de desamparo local.
Mobilização Nacional, Dor Local
A orientação é que as manifestações continuem em todo o país. A proposta da Caixa unificou os trabalhadores contra o que consideram um desmonte de seus direitos. Para Sergio Takemoto, presidente da Fenae, a mensagem do banco é clara: "Com essa proposta, a Caixa faz com que a gente acredite que a saúde das empregadas e empregados não é importante".
A luta é por valorização, por condições dignas de trabalho e, fundamentalmente, por segurança. O lema "Quem sempre cuidou do Brasil, merece ser cuidado" ecoa com força por todo o país, mas em Macaé, ele carrega a urgência de quem não tem um pronto-socorro para chamar de seu.
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https://www.seebmacae.com.br/noticia/resultado-da-assembleia-do-saude-caixa
Ofício encaminhado ao Saúde Caixa.