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Depois de cobrança das entidades, Caixa anuncia contratações, mas número não supre déficit

Publicado em Caixa Econômica Federal
Depois de cobrança das entidades, Caixa anuncia contratações, mas número não supre déficit

Depois de muita pressão e cobrança dos empregados e das entidades sindicais e associativas, a Caixa anunciou a contratação de 7,7 mil trabalhadores para o banco. Destes, segundo o anúncio do presidente da Caixa, Pedro Guimarães, serão 2.766 empregados – já incluídas as 566 contratações em andamento, 1.162 estagiários, 2.320 vigilantes e 1.456 recepcionistas. Ou seja, até o final do ano existe compromisso da Caixa de contratar 2.113 novos trabalhadores.

O presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), Sergio Takemoto, destaca que as contratações são resultado de muita mobilização e cobrança dos empregados e das entidades em defesa da categoria. No entanto, reforça que o número anunciado não supre o déficit de empregados, que chega a quase 20 mil trabalhadores. “É uma conquista, mas o número de contratações não é suficiente. Desde 2016 a Caixa vem diminuindo o quadro de empregados. Ao mesmo tempo aumentou o número de clientes, de operações e vai aumentar o número de agências. A chegada de novos trabalhadores é urgente, já que os empregados estão sobrecarregados pelo excesso de trabalho durante o pagamento do auxílio emergencial. Para continuar prestando um bom serviço à população, é preciso contratar muito mais. E tem uma fila de concursados aguardando convocação”, avaliou.

A Caixa chegou a ter 101,5 mil trabalhadores em 2014. Atualmente, conta com cerca de 82 mil empregados, mas o quadro de pessoas deve ser ainda menor. Em dezembro de 2020 o banco anunciou a reabertura do Programa de Desligamento Voluntário (PDV), mas não divulgou o número de adesões. Diante da redução de quase 20 mil empregados, as 2.766 contratações anunciadas não representam 15% do déficit.

A coordenadora da Comissão Executiva de Empregados da Caixa (CEE/Caixa) e secretária da Cultura da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Fabiana Uehara Proscholdt, reforça que a reivindicação de mais contratações é item referendado nos CONECEFs e pautado nas Campanhas Nacionais. “Vemos o esgotamento diários dos colegas, especialmente os que trabalham nas agências. Não existe mágica a ser feita. Para melhorar as condições de trabalho na empresa, e a rede atender melhor a população, a solução é termos mais empregados”, disse. “Claro que o anúncio é um avanço e lembramos que essa pauta é colocada em todas as mesas de negociações permanente. Mas apesar de atender nosso pleito, essas contratações ainda são insuficientes. Mas dado o anúncio da Caixa, vamos cobrar a efetivação da contratação desses outros 2113 trabalhadores”, afirma.

Leonardo Quadros, presidente da Apcef/SP, lembra que o assunto foi pautado na mesa de negociação realizada nesta terça-feira (16) “As contratações anunciadas são importantes e precisam ser distribuídas entre todas as regiões do país, mas não resolvem o problema, pois não representam o acréscimo nem de um novo empregado por unidade”, enfatizou.

Segundo Leonardo Quadros, o reforço de vigilantes e recepcionistas também foi cobrado pelos representantes dos empregados. Será extremamente necessário para melhorar as condições de trabalho das unidades para o novo ciclo de pagamento do auxílio emergencial. A prioridade deve ser preservar a saúde de empregados, prestadores e clientes”, ressaltou o presidente da Apcef/SP.

Reportagem confirma esgotamento dos empregados

 

Reportagem do jornal RJTV divulgou pesquisa que confirma a sobrecarga de trabalho dos empregados da Caixa durante o pagamento do auxílio emergencial. “Se era difícil para quem ficava horas esperando [nas filas], lá dentro os funcionários também sentiram, e muito, os efeitos da carga extra de trabalho”, informou a reportagem que também destacou a falta de contratações pelo banco. Além disso, as cobranças por metas e resultados continuaram, mesmo diante do trabalho extenuante durante a pandemia.

Na pesquisa feita com gestores, quase 98% dos profissionais consultados que declararam problemas de saúde mental, atribuíram o adoecimento ao trabalho na Caixa. “Nos últimos cinco anos a gente teve uma baixa de quase 20 mil vagas. Foram sucessivos planos de demissão voluntária que a empresa não fez reposição. Já fomos mais de 100 mil empregados e agora somos pouco mais de 80 mil”, disse à reportagem o presidente da Associação de Gestores da Caixa no Rio de Janeiro e integrante da CEE/Caixa, Rogério Campanate.

Fonte: Contraf

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